
Vamos ser diretos: o que você vai ler não é um release, é mais uma descarada louvação.
E não poderia ser de outra forma, já que se trata de um CD de Cássia Eller que chamo pela alcunha de Cássia Killer. Ela é o meu primeiro, único e último marido em meus 62 anos (ou seriam séculos?) de vida. E ainda por cima (sempre) vulcanizou obras do meu mais querido neto, Cazuza. Não estou na "menos-pausa". Sou obrigado a partir para o passionalismo descabelado. E já que não tenho pudor, vou mesmo chutando janelas, portas e fortalezas: isto não é um CD e sim o mais puro ESCÂNDALO. Se você não gostar é porque não está com nada.
Os versos de Cazuza, que sempre foram e serão uma fratura exposta da década de 80, soam na voz de La Killer como punhaladas fulminantes neste fim de milênio e nos infinitos seguintes. Ela mergulha em tudo sem emendas ou vozes dobradas.
São vapt-vupts que dispensam anestesias. Cássia resgatou obras que ficaram esquecidas em tímpanos surdos. Exemplos: "A Orelha de Eurídice" e "Obrigado (Por Ter se Mandado)". E o que se segue são avalanches de recriações fulminantes. Ela detonou e reconstruiu "Brasil", "Blues da Piedade" ou "Menina Mimada". Fez para "Billy Negão" uma versão funkeada da melhor categoria. "Preciso Dizer que Te Amo" foi reescrita em um dueto que transformou Romeu e Julieta em meras amebas, juntando a voz dela com a do guitarrista superb Luciano Maurício.
A produção dirigida pelo maestro do caos Waly Salomão incendiou Cássia Eller, deixando-a como uma digna representante de Esther Williams das piscinas universais. E La Killer, que regeu seus músicos como se fosse uma Leonard Bernstein, seqüestra você de forma inexorável. As guitarras de Luciano Maurício e Walter Villaça nos remetem a legiões de Jeff Beck e Jimi Hendrix ensandecidos. O baixo de Fernando Nunes e a bateria de Cesinha forram esta obra-prima como se fossem cobertores de cacos de vidro. Os arranjos dos metais (em brasa) ficaram sob a jurisdição do insubstituível Serginho do Trombone. E, como não bastasse, as fotos que emolduram esta autêntica Guernica sonora são a chave de ouro flagrados por um pivete do diafragma. Já advinharam quem: Lógico que ele se chama Milton Montenegro.
Que todos os deuses não me desmintam. Deixo bem claro: este é um CD devastador do rock´n´roll atual. Que, como o de antigamente, deveria ser sempre assim.
Ezequiel Neves Eller
Junho/97
E não poderia ser de outra forma, já que se trata de um CD de Cássia Eller que chamo pela alcunha de Cássia Killer. Ela é o meu primeiro, único e último marido em meus 62 anos (ou seriam séculos?) de vida. E ainda por cima (sempre) vulcanizou obras do meu mais querido neto, Cazuza. Não estou na "menos-pausa". Sou obrigado a partir para o passionalismo descabelado. E já que não tenho pudor, vou mesmo chutando janelas, portas e fortalezas: isto não é um CD e sim o mais puro ESCÂNDALO. Se você não gostar é porque não está com nada.
Os versos de Cazuza, que sempre foram e serão uma fratura exposta da década de 80, soam na voz de La Killer como punhaladas fulminantes neste fim de milênio e nos infinitos seguintes. Ela mergulha em tudo sem emendas ou vozes dobradas.
São vapt-vupts que dispensam anestesias. Cássia resgatou obras que ficaram esquecidas em tímpanos surdos. Exemplos: "A Orelha de Eurídice" e "Obrigado (Por Ter se Mandado)". E o que se segue são avalanches de recriações fulminantes. Ela detonou e reconstruiu "Brasil", "Blues da Piedade" ou "Menina Mimada". Fez para "Billy Negão" uma versão funkeada da melhor categoria. "Preciso Dizer que Te Amo" foi reescrita em um dueto que transformou Romeu e Julieta em meras amebas, juntando a voz dela com a do guitarrista superb Luciano Maurício.
A produção dirigida pelo maestro do caos Waly Salomão incendiou Cássia Eller, deixando-a como uma digna representante de Esther Williams das piscinas universais. E La Killer, que regeu seus músicos como se fosse uma Leonard Bernstein, seqüestra você de forma inexorável. As guitarras de Luciano Maurício e Walter Villaça nos remetem a legiões de Jeff Beck e Jimi Hendrix ensandecidos. O baixo de Fernando Nunes e a bateria de Cesinha forram esta obra-prima como se fossem cobertores de cacos de vidro. Os arranjos dos metais (em brasa) ficaram sob a jurisdição do insubstituível Serginho do Trombone. E, como não bastasse, as fotos que emolduram esta autêntica Guernica sonora são a chave de ouro flagrados por um pivete do diafragma. Já advinharam quem: Lógico que ele se chama Milton Montenegro.
Que todos os deuses não me desmintam. Deixo bem claro: este é um CD devastador do rock´n´roll atual. Que, como o de antigamente, deveria ser sempre assim.
Ezequiel Neves Eller
Junho/97
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